ALPA, UMA ILUSÃO QUE CHEGA AO FIM

Foi um ato histórico que passou despercebido. O Export-Import Bank da Coreia do Sul assinou, no Rio de Janeiro, no dia 24 (Abril), um contrato de empréstimo se comprometendo a fornecer 2 bilhões de dólares à Companhia Vale, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) emprestou outros R$ 2,3 bilhões.

O dinheiro vai ser usado para completar o investimento de US$ 5 bilhões na implantação da siderúrgica de Pecém, no Ceará.

As duas maiores siderúrgicas coreanas não apenas são sócias da Vale como devem ficar com 80% da produção da Companhia Siderúrgica de Pecém, de três milhões de toneladas anuais. Tudo indica que a usina utilizará como matéria prima para a produção de placas de aço o melhor minério de ferro do planeta, o de Carajás, no Pará e ainda se utilizará da energia que será produzida na Hidrelétrica de Belo Monte, também no Pará.

Para eles tudo, para o estado do Pará apenas os impactos ambientais. Em 22 de Junho de 2010, Lula, a então governadora Ana Júlia e o presidente da Vale (na época), Roger Agnelli, anunciaram festivamente, em ato realizado aqui em Marabá, o projeto de construção da Alpa – Aços Laminados do Pará. O empreendimento, conforme foi anunciado na ocasião, mobilizaria investimentos de US$ 3,3 bilhões na fase inicial. A indústria, localizada no município de Marabá, deveria produzir por ano 2,5 milhões de toneladas de placas de aço e gerar, na fase de operação, 3.500 empregos diretos e outros 14 mil indiretos.

Com a mudança de planos ganha o Ceará, 23 mil vagas de emprego serão geradas só na fase de construção da Usina, durante sua operação serão outros 14 mil empregos. Quando em atividade, a Usina será responsável por um aumento de 48% no PIB do Ceará.


O estado do Pará levou um duro golpe sentido principalmente aqui, em Marabá. A população acreditou neste sonho chamado ALPA, um sonho que rendeu votos para muita gente, investidores apostaram suas fichas acreditando no Governo Federal e perderam, moradores da área onde seria instalada a siderúrgica perderam suas terras e suas origens, o dinheiro público foi desperdiçado em terraplanagem, tudo o que restou foi a clareira da devastação ambiental.

0 comentários:

Postar um comentário